diário dos vivos [fragmento]
XIX.
bingo! mais uma! assim você vai acabar com todas as moscas
do meu bar, homem! quando estava sozinho na birosca, esse era um dos meus
passatempos favoritos. sossega! essa tua birosca tem tanta mosca que não
haveria copos no mundo para capturá-las. foi um treinamento de anos, na
verdade. saber a hora exata de emborcar o copo. há muita física e matemática
envolvidas nisso. um pouco de aerodinâmica e de esperteza também: tem que
deixar uns respingos de pinga cair sobre a mesa. não sei se moscas sentem o
efeito do álcool, mas desde que comecei a me esmerar na captura delas, essa tem
sido parte da minha tática. aproveitar o momento em que a mosca, estaria
tonta?, abaixa a guarda. talvez esteja pensando na vida, na carniça em que se
refastelou mais cedo. seja o que for, pensamento ou tontura, essa é a hora. e
então tem-se a mosca presa sob um domo. ela não se debate como os outros bichos
quando cativos. faz, no máximo, voar de uma parede a outra do copo nos
primeiros minutos. depois, dá-se conta de que está presa e relaxa. talvez, em
sua experiência de mosca, ela saiba que uma hora ou outra o copo será
levantado. ou alguma outra mosca já lhe tenha contado que, nesta birosca, um
velho sádico as prenda sob um copo por alguns instantes. vai saber o que as
moscas andam conversando.
Para ler o restante, adquira o livro Diário dos vivos e outros escritos, publicado pela Editora Penalux, set. 2019, no site a seguir:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/contos/diario-dos-vivos-e-outros-escritos
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