segunda-feira, 26 de novembro de 2018



diário dos vivos [fragmento]

XVII.

ainda acho que você trouxe pouca pinga, azevedo. você acha duas garrafas pouco? essa pescaria nem vai durar o dia inteiro, final da tarde a gente já está de volta. você sozinho toma uma garrafa antes do meio-dia, azevedo. quando os de casa me acordaram cedo me avisando que os amigos da birosca me aguardavam no portão, eu amaldiçoei mil vezes a hora em que concordei em ir pescar com eles. nem vai tomar café direito, tio? só um café puro tá bom, eles estão levando pão e mortadela. volta pro almoço? não me esperem. eu já adiantava uns dez passos deles, enquanto ficavam para trás discutindo sobre a quantidade de pinga. ou vocês três aceleram ou os peixes já estarão tirando a soneca da tarde quando chegarmos ao rio. calma, homem! estamos discutindo uma questão muito séria aqui. deixem o pobre do azevedo em paz! eu trouxe mais uma garrafa de pinga. ah, agora é pobre do azevedo, né? só porque ele te escreveu um poema com direito a beijinho no rosto?

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