diário dos vivos [fragmento]
XII.
porque em certo momento da vida é só isso que teremos: as
lembranças e os remédios. as primeiras às vezes nem, porque já estarão
destruídas por elas mesmas. pois eu ainda me lembro. ainda sinto o gosto e o
cheiro da água. quando ela veio, veio destruindo tudo. isso foi no tempo em que
a casa ainda tinha vida. no tempo em que ainda saíam da minha boca,
cotidianamente, palavras como pai, mãe e vó. a cabeça d’água na parte alta do
rio foi a mais violenta que já se vira. água não tem respeito por portão. vai entrando
casa adentro sem pedir licença, nos pega desprevenidos, às vezes sem nada em
casa para oferecer. mas ela não faz cerimônia, pega o pouco que tem e leva.
Para ler o restante, adquira o livro Diário dos vivos e outros escritos, publicado pela Editora Penalux, set. 2019, no site a seguir:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/contos/diario-dos-vivos-e-outros-escritos
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