diário dos vivos [fragmento]
III.
naquela manhã, creuza não apareceu. não mandou um dos seus
moleques nem ninguém outro para explicar o motivo. simplesmente não apareceu
para cozinhar. os de casa, atarantados como de costume, tentavam uma solução.
fazemos uma macarronada e pronto, qualquer um sabe fazer macarrão. amanhã
creuza explica por que não veio hoje. os de casa sempre fizeram valer a verdade
anatômica de o estômago ser centímetros maior que o coração. pareciam nem
lembrar da artrose de creuza. o sabor e
o tempero que lhe brotavam dos dedos eram como a poesia: nasciam da dor. mas
quem se importa com poesia, com dor ou sabor? não se preocupem, eu faço o
almoço hoje. não posso comer massa, o médico cortou da minha dieta. esqueceram?
tio, volta pro seu jornal e deixa isso com a gente. já disse, eu faço o almoço.
se entreolharam e deram de ombros. o velho tá louco mesmo, deixa ele. fui ao
quintal e peguei lenha do monte para alimentar o fogão. vai fazer o quê, tio?
comida. não está vendo?
Para ler o restante, adquira o livro Diário dos vivos e outros escritos, publicado pela Editora Penalux, set. 2019, no site a seguir:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/contos/diario-dos-vivos-e-outros-escritos
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