domingo, 14 de outubro de 2018




diário dos vivos [fragmento]

IV.

não havia viva alma em casa quando acordei. procurei em todos os cômodos, no quintal, no pomar – ninguém. não havia louça do café da manhã. revistei guarda-roupas, nada foi levado. o carro continuava lá parado na porta de casa. botei uma roupa e saí. perguntava aos vizinhos se tinham visto os de casa sair. ninguém da rua os viu, nem as fofoqueiras que acordavam com o canto dos galos. fui a pé até a cidade. perguntei a todos. ninguém os viu. informei ao delegado o sumiço dos de casa. não que eu me importasse com eles, mas por ser assim que parecia ter que ser: fiz minha parte. no caminho de volta, perguntei a mais pessoas. cada não os vi que obtinha como resposta ia me deixando mais leve. foram abduzidos, com certeza foram. no ano passado saiu no jornal sobre uma família inteira que tinha sido abduzida numa cidade lá no méxico. nunca mais apareceram. uma família inteira! os de casa devem ter convencido os extraterrestres de que eu seria um peso morto na viagem: isso era a cara deles.

Para ler o restante, adquira o livro Diário dos vivos e outros escritos, publicado pela Editora Penalux, set. 2019, no site a seguir:

https://www.editorapenalux.com.br/loja/contos/diario-dos-vivos-e-outros-escritos


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