sexta-feira, 19 de outubro de 2018




diário dos vivos [fragmento]

X.

a voz da cantora dizia que o desconforto anda solto no mundo e o corte é profundo bem lá no fundo da sua alma. no exato momento em que creuza aparecia na porta do escritório para me trazer um café. não fecha nunca. perguntei o quê. o corte, ela respondeu. fiz um café fresco. deixou a xícara sobre a mesa. antes de se retirar, ainda na porta, disse que músicas assim a faziam pensar nos acasos da vida. os de casa não gostavam muito quando creuza se dedicava a conversas comigo. diziam que eu colocava ideias estranhas em sua cabeça. idiotas! nem se davam conta de que era o contrário. tio, vou à cidade fazer umas compras. quer vir junto? não. vamos! andar um pouco na cidade vai te fazer bem. e sempre podem acontecer coisas inesperadas. tentei antever o que de inesperado poderia acontecer numa cidade pequena que eu conhecia há mais de cinquenta anos. lembrei dos acasos da vida de que creuza falou. tá bom. vamos a pé? claro que não, tio. vamos na caminhonete, muita coisa pra trazer.

Para ler o restante, adquira o livro Diário dos vivos e outros escritos, publicado pela Editora Penalux, set. 2019, no site a seguir:

https://www.editorapenalux.com.br/loja/contos/diario-dos-vivos-e-outros-escritos


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